9.11.13

Documentos históricos no Centro cultural do Carmo(RJ)

O centro cultural do Carmo guarda uma verdadeira "mina de ouro" sobre o passado do município.
Em recente visita ao local nos deparamos com diversos livros de atas das reuniões da Câmara dos vereadores, datados do início do século XX.
Há um livro bastante castigado pelo tempo e pela ação das "traças", do ano de 1904. Um registro histórico que possui 109 anos de idade!

Em meio a diversos artefatos antigos, tais como pesos e medidas, correntes, cadeados dentre outros, há também uma coleção de um dos jornais que circulavam pela cidade na primeira metade do século XX. Trata-se de exemplares do Correio do Carmo, periódico fundado em 1929, circulou no município por quase quinze anos. (Carmo no ano do centenário da Matriz. Editado pela paróquia Nossa Senhora do Carmo, 1977).
Nos registros do Centro Cultural constam edições entre os anos de 1929 a 1943.
Eles estão acondicionados em sacos plásticos, dispostos sobre uma bancada, o que deve provocar um sobreaquecimento naquela documentação valiosa, que vai sendo consumida pelo tempo e por seus agentes degradantes.
Exemplar do Correio do Carmo, de 1937, disponível no Centro Cultural.
Começaremos, apoiados por alguns estudantes do CIEP 280, a pesquisar com maior minúcia essas fontes históricas e publicaremos, em breve, aqui no Blog, os resultados de nossos estudos sobre a memória da cidade do Carmo e de sua gente nas quatro primeiras décadas do século XX. 

Antes de finalizar, deixaremos oito (8) sugestões que podem ajudar na conservação de documentos históricos, afinal eles representam parte da memória da cidade e devem, portanto, ser preservados e manuseados de modo seguro, para não comprometer sua estrutura e nem acelerar seu desgaste natural.
  1. O ambiente contendo acervos documentais precisa ter a temperatura controlada, com umidade relativa do ar entre 50% e 60% e temperatura por volta de 20 a 22 C. Ambientes quentes e úmidos degradam mais rapidamente as folhas de papel.
  2. Controlar a umidade com aparelhos específicos (desumidificadores, umidificadores ou sílica-gel) e a temperatura com aparelhos de ar condicionado.
  3. Insetos (traças, cupins), fungos (mofos) e roedores são agentes de degradação dos acervos documentais, por isso precisam ser combatidos através da higienização do ambiente e regras, como a restrição do consumo de alimentos no local. 

4. Cuidado com a luz: tanto a natural quanto a artificial provocam o processo de envelhecimento acelerado nos documentos. Para amenizar o problema, pode se usar cortinas e persianas, além de filtros especiais para absorver os raios ultravioleta.
5. Ação humana: o manuseio inadequado dos documentos históricos podem danificar as fontes. É preciso que as pessoas tenham cuidado ao lidar com os acervos. As mãos precisam estar bem limpas e o pesquisador não pode escrever, marcar ou fazer anotações e nem danificar os documentos.  Além disso, os pesquisadores precisam utilizar máscaras e luvas cirúrgicas para evitar o contato com a poeira e fungos, que podem causar doenças respiratórias e na pele.
6. Execução de um planejamento adequado para as instalações elétricas, de modo a evitar curto circuito e incêndios.
7. Procurar ajuda técnico-especializada nos casos de restauração e conservação de acervos bibliográficos e históricos.
8. Digitalizar o acervo. Os documentos em formato digital permitem o acesso de mais indivíduos à fonte, sem causar desgaste do original.

Fonte: (SPINELLI JÚNIOR, Jayme. A conservação de acervos bibliográficos e documentais. Rio de Janeiro: Fundação da Biblioteca Nacional, Dep. de processos técnicos, 1997. 92 p.)

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