27.6.15

Cerol, não!

Desde fevereiro de 2012 que o Blog Acrópole - História & Educação promove uma campanha solidária para conscientizar os jovens sobre os riscos do uso do cerol, linha chilena ou similares.

Nossos alunos adoram brincar de empinar pipas e, infelizmente, muitos o fazem de forma inadequada e extremamente perigosa, pois usam linhas com cola, vidro ou metais triturados.

Essa prática é crime, vender e usar cerol é proibido por lei. Muitas pessoas perdem suas vidas ou são mutiladas por conta de uma brincadeira estúpida e irresponsável.

Os alunos dos 8º anos da E. E. Luiz Salgado Lima aderiram à nossa Campanha contra o Cerol e decoraram pipas com fotografias de vitimas do cerol, manchetes de jornais, trechos da lei que proíbe o comércio e o uso do cerol e criaram frases para conscientizar todos as crianças e adolescentes da escola.

As pipas estão expostas na escola, bem como um lindo cartaz criado pela Especialista em Educação Sônia Almeida.


Nossa ideia é fortalecer a campanha e promover a conscientização coletiva para combater o uso do cerol, evitar tragédias e derramamento de lágrimas, além de ajudar a construir uma sociedade mais segura e pacífica.









Música e ensino de História

Antes do Homem inventar a escrita por volta do ano 4000 a. C., a transmissão do conhecimento ocorria oralmente, de geração para geração.

Essa transmissão era feita através de rimas ou de poemas, acompanhados por instrumentos musicais, como harpas, flautas e tambores.
As pessoas de antigamente notaram que a linguagem musical facilitava a memorização e a aprendizagem, por isso recorriam à essa prática para contar e ensinar suas Histórias.

A turma 1001, do CIEP 280, adora cantar e eles resolveram fazer uma paródia da música Lepo lepo, abordando a Reforma Protestante que ocorreu na Europa, no século XVI.

Confira a letra e cante também!

Assista ao show da 1001 no vídeo abaixo e aprenda cantando!

24.6.15

Redes Sociais - definições, cuidados e reflexões

Você sabe o que são as redes sociais?

Muita gente usa, só no Brasil há mais de 46 milhões de usuários das redes sociais, segundo pesquisa do IBOPE Media realizada em janeiro 2013 (IBOPE MEDIA). 

Esse número tornou o Brasil o segundo país no ranking internacional de usuários, atrás apenas somente dos Estados Unidos da América (EUA).




Mas será que todos os usuários conhecem o real significado do conceito de "redes sociais" e quais são as suas implicações para as nossas vidas?

Vamos ver algumas definições.

"As redes sociais fazem parte das mídias sociais, que é a produção de conteúdos de forma não centralizada, onde não há o controle editorial de grande grupos. A chamada produção de muitos para muitos". (http://ogestor.eti.br/o-que-sao-redes-sociais/)

"Desde a década de 90 com a origem da Internet, a conexão entre as pessoas fica mais fácil e com o aprimoramento desta tecnologia da informação, surgem as Redes Sociais. A Rede Social é uma estrutura que inter-relaciona empresas ou pessoas, que estão conectadas pelas mais diversas relações. Cada qual se relaciona de acordo com as suas preferências e particularidades. Trata-se de uma ligação social e conexão entre pessoas". (http://www.infoescola.com/sociedade/redes-sociais-2/ )
  
"As Redes Sociais são o meio onde as pessoas se reúnem por afinidades e com objetivos em comum, sem barreiras geográficas e fazendo conexões com dezenas, centenas e milhares de pessoas conhecidas ou não". ( http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/o-que-sao-redes-sociais/45628/).



"... como na sociedade, em que as pessoas criam redes de relacionamento, na internet elas vão tecendo verdadeiras teias, conectando-se a outras pessoas, sejam parentes, amigos ou apenas conhecidos. Essas redes sociais se formam por meio de comunidades on-line nas quais os usuários interagem, trocam informações e experiências.” (Manual de Tecnologia. FTD. [s.d], p. 45).


Como podemos notar, há várias definições encontradas em sites e um livro. Elas possuem em comum o fato de admitir que a rede social envolve uma grande quantidade de pessoas, as quais possuem interesses em comum.

Cada definição, a seu modo, apresenta o conceito de forma particular. A primeira aborda a liberdade de se produzir conhecimento e facilitar o acesso a ele para muitas pessoas.

A segunda definição inclui o uso das redes sociais pelas empresas, como forma de se conectar aos seus clientes. Assim sendo, podemos inferir que as redes sociais possibilitam a otimização do mundo econômico e dos negócios.

A terceira destaca o fim das barreiras geográficas devido à internet e ao fenômeno da globalização, os quais permitem o contato de pessoas e culturas diferentes mesmo estando separadas no espaço.

Por fim, a definição extraída do livro "Manual de Tecnologia", compara as redes sociais virtuais com as relações que os indivíduos estabelecem entre si na sociedade real, onde compartilham inúmeras experiências, cultura e informação.

Percebeu como o conceito de "rede social" é abrangente? Ele não se resume a fazer o login, digitar a senha e bater papo no Face.

Cuidados com as redes sociais

É preciso ter cuidado ao usar as redes sociais. As pessoas publicam uma coisa e depois se arrependem e podem pagar caro por isso, porque acabam humilhando ou ofendendo terceiros, magoando amigos etc.

Além disso, é comum as pessoas construírem perfis falsos nas redes sociais, os chamados fakes. Isso pode caracterizar crime de falsidade ideológica.




Muitas crianças e adolescentes têm se conectado às redes sociais, como o Facebook, por exemplo, e mentem sobre a sua idade para poder efetivar o seu cadastro.
Outro risco é que as crianças e os adolescentes e até mesmo usuários adultos nem sempre tomam o devido cuidado com a superexposição proporcionada pelas redes sociais.

Esses usuários confundem a esfera pública e a esfera privada e, às vezes, publicam fotos, opiniões e vídeos que podem gerar inúmeros transtornos.

Infelizmente, através das redes sociais alguns usuários aproveitam o anonimato, os fakes, para divulgar conteúdo ilegal e de cunho preconceituoso, como a pedofilia, o racismo, a homofobia e outras manifestações de ódio contra as minorias étnicas.

A rede social é, de certa forma, um espelho da sociedade. Ela não está livre dos riscos e perigos que existem na vida real, portanto, tome cuidado com as configurações de privacidade de seus perfis, cuide bem de sua senha e tenha netiqueta e responsabilidade com o conteúdo que você posta e divulga na web.


Reflexão

Especialistas do comportamento humano, como sociólogos e psicólogos, se dividem sobre o tema redes sociais.

Alguns defendem que a internet e as redes sociais podem romper barreiras e aproximar pessoas e culturas diferentes. Servindo assim, como um instrumento positivo que possibilita a interação e a comunicação entre os povos, o aprendizado e a troca de experiências.




Contudo, as redes sociais também podem contribuir para o isolamento do usuário, fazendo com que sua vida social fique restrita ao universo virtual, o que pode desenvolver no indivíduo uma fobia social e até depressão.




O ideal, nos parece, combinar a vida nas redes sociais, mas sem esquecer de participar do mundo físico e tomar partido dele, pois é onde vivemos e devemos procurar interagir com o próximo, preferencialmente, do modo mais harmônico possível.


Agora reflita: afinal de contas, a rede social serve para aproximar ou distanciar as pessoas uma das outras?
"O Pensador". Auguste Rodin (1902).



Assista ao vídeo abaixo sobre as Redes Sociais





Conheça as redes sociais mais acessadas do mundo (dados de 2013)



18.6.15

Produção de texto dos alunos do 7º ano

No final de maio, os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental e professores da E. E. Luiz Salgado Lima até a Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho.

Lá eles visitaram a exposição "Os filhos da terra".


Foto por Leandra (aluna do 7º ano).


Os alunos gostaram muito do que viram e escreveram sobre essa oportunidade. Vamos conferir alguns relatos!

"Ontem, dia 26/05/2015, eu e meus colegas dos 7º anos 8 e 9, fomos visitar uma exposição exibida na Casa de Leitura sobre os "Filhos da Terra". Chegando lá, todos nós aguardamos um pouco até dar a hora de ouvir o palestrante. O tema da palestra foi sobre cultura e história dos indígenas." 

(Aluno Leandro ).



"A palestra foi bem interessante. Falou sobre os índios e sua cultura e seus costumes. Logo depois do Alexandre (o palestrante) explicar o tema, fomos para outra sala. Lá tinha vários utensílios, roupas, fotografias e textos sobre os índios. Também tinha fotografias de plantas e pássaros." 

(Aluna Carolina).



"Logo depois da palestra e da visitação todos foram para o jardim da Casa de Leitura, onde brincamos de pique pega. Tiramos muitas fotos para postar no Blog do professor Rodolfo e na fanpage www.facebook.com/acropole.edu. Quando chegou a hora de ir embora, ninguém queria ir, pois estava muito legal!" #tevebomcomos7ºanos 

(Aluna Marcela).


O passeio cultural foi muito proveitoso e esperamos voltar, em breve, nas próximas exposições!

‪#‎casadeleitura‬ 
‪#‎osfilhosdaterra‬

17.6.15

Intolerância religiosa é crime



Infelizmente, as manifestações de preconceito continuam a fazer parte da realidade social e cultural de nosso país.

A manchete acima é um exemplo de intolerância religiosa e falta de respeito à liberdade de crença garantida por lei.

Segundo a ocorrência policial registrada no Rio de Janeiro, no dia 13 de junho, dois homens xingaram, ofenderam e atiraram uma pedra em uma adolescente que estava aguardando o ônibus e trajava roupas típicas do Candomblé.

O site do jornal O Tempo traz um informe de que a menina teria sido agredida por homens que estavam caminhando junto a um grupo de evangélicos, os quais acusaram os praticantes do candomblé de serem "demoníacos".

As pessoas que ofendem e apedrejam outras que têm uma crença diferente da sua devem acreditar que são Anjos do Senhor. Não é?

Além da intolerância religiosa, a coordenadora da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro, Leniete Couto, indentifica outro tipo de preconceito nessa agressão - o racismo.

Segundo ela, "Não se respeita as religiões de matriz africana porque se diz que são do mal, que são ruins, e com isso vem a invisibilidade e a negação da existência dessas pessoas. A invisibilidade cria um desconhecimento da história que faz com que as pessoas sejam rejeitadas e apedrejadas por ignorância e também por racismo". (Polícia busca imagens e testemunhas em caso de menina apedrejada no RJ. Disponível online em O Tempo. Acesso em 17 jun. 2015).

Vamos acordar e respeitar a diversidade étnica que está ao nosso redor, não podemos julgar e nem condenar o próximo por suas escolhas culturais, sua crença religiosa, sua orientação sexual ou por ter uma opinião diferente.

Saber conviver com a diferença é a chave para uma vida melhor no futuro. 

13.6.15

[RESENHA] Estou lendo...

A ditadura militar - 1964 - 1985: momentos da república brasileira é um livro escrito pelo pesquisador Evaldo Vieira.

Ao longo de suas páginas, o autor analisa, de forma clara e didática, o golpe militar de 1964 e os governos dos presidentes militares do Brasil.

Apesar de não trazer nenhuma abordagem inovadora para a Historiografia sobre o assunto, o livro ganha relevo pela precisão e competência com que o autor trata o tema, de forma crítica, desconstruindo os discursos dos agentes militares.

É comum encontrar nos discursos dos presidentes militares a defesa da democracia plena, porém Evaldo Vieira cita várias ações governamentais que contrariam as falas presidenciais, tais como a repressão do governo, as prisões ilegais de pessoas consideradas inimigas do regime, torturas, cassação de mandatos de parlamentares etc.    

Militares reprimindo movimento estudantil.
Vieira também deixa claro quem apoiou o golpe militar, destacando setores sociais da classe média e das elites, da Igreja Católica e Protestante, órgãos da imprensa (jornais como o Estado de São Paulo e O Globo) e, principalmente, os E.U.A, maior interessado em afastar qualquer risco de o Brasil receber influência do Comunismo internacional.

O apoio velado dos E.U.A ao golpe militar foi amplamente favorável aos norte-americanos, pois assim que os militares assumiram o poder trataram de abrir a economia nacional para as empresas estrangeiras e para o capital internacional.

Por conta disso, a economia brasileira viveu o chamado "milagre econômico", no governo do general Médici (1969-1974), quando o PIB brasileiro apresentou expressivo crescimento. Contudo, isso não contribuiu para reduzir as desigualdades sociais, pois no mesmo período o país verificou alto índice inflacionário, achatamento dos reajustes salariais e o crescimento da dívida externa brasileira.

Some a tudo isso o aumento da repressão por parte dos militares aos trabalhadores, aos sindicatos, ao movimento estudantil e à guerrilha armada, os quais não aceitavam mais a ditadura no Brasil.

O autor conclui lembrando que a memória dos agentes da ditadura está preservada até os dias atuais em todos os lugares. Escolas, ruas e praças foram batizadas com os nomes dos militares que estiveram no poder e, apesar de terem provocado tanto mal para o país e seu povo, são exaltados como heróis da pátria...

Pelo exposto, a leitura do livro é recomendada para quem quer conhecer o quanto a ditadura militar foi perniciosa para o país, a ponto de deixar resquícios de seu autoritarismo na democracia em que vivemos atualmente. 


10.6.15

A formação das monarquias nacionais

Na Idade Média a Europa era fragmentada em diversos feudos e reinos cujas fronteiras eram pouco definidas.

Os reis não tinham muito poder, pois os nobres eram aqueles que, de fato, governavam seus territórios.

Contudo, no limiar da Era Moderna, mudanças políticas, sociais e econômicas começam a transformar as relações de poder na Europa.

A ascensão da burguesia e a necessidade de ampliar o comércio, favoreceu o surgimento de Estados centralizados, administrados por reis. Eles asseguravam estabilidade para o reino, definiam as fronteias de seu território, adotavam um idioma que identificasse o seu povo,  padronizavam a moeda, os pesos e medidas, o que facilitava os negócios.

Outro aspecto importante para garantir a formação dos Estados nacionais europeus foi a manutenção de exército permanentes. O aparato militar que garantia o cumprimento das ordens reais e a ordem no reino, aumentaram o poder dos monarcas, ao passo que reduziam a influência da nobreza e da Igreja em questões jurídicas e militares.

Esses processos de fortalecimento do poder político central nos reinos europeus começaram a crescer no século XIII e, segundo Max Weber, eram assim caracterizados: "A ordem legal, a burocracia, a jurisdição compulsória sobre um território e a monopolização do uso legítimo da força são as características essenciais do Estado Moderno". (WEBER apud. CARVALHO, 2010, p. 27).

Assim, o mapa da Europa foi sendo modificado. Os senhores feudais perderam espaço e tiveram que se submeter ao poder do rei, mas sem abdicar de algumas regalias e privilégios do Estado, como por exemplo, o acesso a elevados cargos públicos.

Em suma, As mudanças que foram implementadas nas novas nações, em maior ou menor grau de intensidade, foram:
  • Centralização do poder nas mãos do rei;
  • Estabelecimento de fronteiras territoriais;
  • Padronização dos pesos e medidas e criação de moedas nacionais;
  • Formação de burocracias a serviço do Estado;
  • Criação de exércitos permanentes;
  • Adoção de um idioma comum;
  • Subordinação da Igreja ao rei.

Vamos analisar, resumidamente, como ocorreu a formação dos principais reinos da Europa Moderna:
  • O surgimento do reino de Portugal

Essa situação começa a mudar no século XII, quando o nobre francês Henrique de Borgonha recebe o Condado Portucalense, um pequeno território na Península Ibérica que lhe foi doado graças a sua participação nas batalhas de Reconquista.

Observe o mapa. Os muçulmanos ocupavam o sul da Península Ibérica e o Norte da África. Em destaque, à oeste, o Condado Portucalense.

A Reconquista foi a luta dos cristãos contra os muçulmanos que ocupavam grande parte da Península Ibérica, do século VIII ao XV.

O Condado Portucalense passou a ser governado pela dinastia de Borgonha. Em 1385, Dom João, mestre de Avis, assumiu o trono de Portugal e fortaleceu a centralização monárquica. Ele, com o apoio da burguesia mercantil, iniciou a Expansão Marítima.

  • Formação do reino da Espanha

A Espanha nasceu a partir da junção dos reinos de Castela e Aragão, que ocorreu com o casamento dos reis Isabel e Fernando em 1469. 

Os reis católicos, Fernando de Aragão e Isabela de Castela.

A formação do Estado espanhol foi consolidada em 1492, após a vitória dos católicos sobre o último reduto muçulmano na Europa - o reino de Granada.

  • O surgimento do Estado francês
A França passou pelo processo de centralização política após a Guerra dos Cem anos (1337-1453), travada contra os ingleses.

Para conduzir a guerra era necessário um líder forte (o rei), que conduzisse o exército nacional à vitória. Assim, os monarcas se tornaram necessários para manter a unidade nacional para lutar contra um inimigo comum - os ingleses.

Desse modo, a guerra ajudou a fortalecer a posição do rei na França e abriu caminho para o Absolutismo monárquico, cujo expoente foi o governo de Luís XIV entre 1643  a 1715.


  • The origin of the English state
Entre 1485 e 1509, o rei Henrique VII assumiu o poder e enfraqueceu o Parlamento, órgão que desde o século XII limitava o poder do monarca.

O seu sucessor, Henrique VIII, fortaleceu ainda mais o poder real, principalmente após romper com a Igreja Católica em 1534 e fundou a Igreja Anglicana, da qual se tornou o chefe supremo.

O rei Henrique VIII, da Inglaterra.

Ele abriu caminho para o governo de sua filha Elizabeth I, a qual reinou entre 1558 a 1603, que a exemplo de seu pai, governava tentando manter autonomia em relação ao Parlamento inglês.

8.6.15

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

O ano de 2014 marcou o centenário do início da Grande Guerra, que ficou conhecida como Primeira Guerra Mundial, pois o conflito tomara, de forma inédita, dimensões continentais.

A Primeira Guerra foi extremamente importante para a História do século XX, pois depois dela o mapa da Europa foi bastante alterado, assim como a posse de colônias europeias na África e na Ásia. Ao final da guerra, foram lançados os germens para um conflito ainda pior - a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a qual irá mudar os rumos da História. Por tudo isso, o estudo da Primeira Guerra é relevante para quem deseja compreender as configurações políticas e de poder que vigoram no mundo atual, buscando no conflito iniciado em 1914 as raízes que formaram a contemporaneidade. 

Antes da eclosão do conflito militar a Europa desfrutava de paz e prosperidade.

As potências industriais europeias viviam a Belle époque, as custas do imperialismo praticado contra as nações africanas e asiáticas.


Nações europeias fazem a partilha da África, na Conferência de Berlim (1885).

Nesse período histórico também houve uma corrida armamentista entre as nações europeias. Apesar da paz, as nações europeias investiam grande somas em armas e equipamentos bélicos.

A paz mundial na verdade era uma paz armada. Um conflito não tardaria a ocorrer.

Havia inúmeras tensões entre as potências europeias. A França e a Alemanha disputavam a posse da região chamada Alsácia-Lorena; Os impérios centrais e do leste europeu tinham ambições expansionistas dentro do continente, nos Bálcãs, e colonialistas sobre áreas na África e na Ásia.

O Império Britânico, até então o mais poderoso do mundo, não queria perder sua hegemonia e, junto com a França, tentava frear o imperialismo germânico e austro-húngaro.

Em junho de 1914, um estudante sérvio assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império da Áustria-Hungria, quando ele visitava Sarajevo, na província da Bósnia. O fato foi o estopim para uma crise internacional e desencadeou a Grande Guerra.

Logo, dois blocos antagônicos foram formados: a Tríplice Entente: Inglaterra, França, Itália, Estados Unidos, Sérvia e Rússia; e a Tríplice Aliança: Alemanha, Império Austro-Húngaro, Império Turco-Otomano e Bulgária.




O conflito

A corrida armamentista colocou a tecnologia a favor da guerra. Assim, armas cada vez mais letais foram desenvolvidas e tornaram o conflito ainda mais terrível.
Metralhadoras, aviões, submarinos, canhões e gases tóxicos foram utilizados extensivamente pelos países envolvidos na guerra.

Durante certo momento da Primeira Guerra, o confronto ficou estagnado por conta da batalha de trincheiras, isto é buracos e túneis cavados na terra, onde os combatentes tentavam se proteger e impedir o avanço das tropas adversárias.


Soldados nas trincheiras.


O exército russo acabou derrotado pelas tropas alemãs e austro-húngaras; Os alemães tentaram invadir o território francês, mas foram detido por quilômetros de trincheiras na fronteira da França e da Bélgica. Milhões de combatentes foram mortos nas batalhas da França, ou pelas doenças ou pela ação de blindados, metralhadoras e gases venenosos.
No mar a batalha era entre a poderosa frota britânica contra os submarinos alemães, no céu os ingleses começavam a empregar aviões como bombardeios para enfraquecer as tropas inimigas.

Os franceses acabaram vencendo os alemães, às portas de Paris. O exército alemão dava sinal de desgaste e não tinha mais condições de suportar a guerra contra franceses, ingleses e os E.U.A.

O Brasil participou da guerra aliando-se a Tríplice Entente e enviou médicos para as áreas de combate.

A guerra acabou oficialmente em 11 de novembro de 1918, quando foi declarado o cessar fogo.

Consequências da Guerra

Ao final da guerra a catástrofe humana atingiu números exorbitantes, com um saldo de 8 a 10 milhões de mortos, incluindo os civis.

Os países europeus estavam arruinados e suas economias ficaram fragilizadas e, gradativamente, foram se tornando dependentes do apoio financeiro dos EUA. Ao final do conflito, o mapa europeu foi redesenhado. Novas nações independentes surgiram com o desmembramento do Império Austro-húngaro, a saber: Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos 

Os vencedores criaram a Liga das Nações (o embrião da ONU), que tinha por objetivo evitar novos conflitos militares.

Os países vencedores também impuseram aos derrotados, principalmente a Alemanha, o Tratado de Versalhes, o qual impunha severa penalidades às nações da Tríplice Aliança e culpava os alemães por todos os danos sofridos pelos países da Tríplice Entente.

O Tratado de Versalhes fixou limites para o exército alemão, retirou as colônias alemãs na África e na Ásia e exigia o pagamento de indenizações como reparação aos prejuízos que os vencedores tiveram.

As imposições arbitrárias do Tratado de Versalhes e o enfraquecimento da Liga das Nações são apontados como uma das causas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pois as cláusulas do Tratado revoltaram os alemães e a Liga das Nações pouco fez para conter a política militarista de Adolf Hitler. 

  
Vamos verificar o que você aprendeu!

Responda as questões abaixo. Caso ache necessário poste suas repostas nos Comentários.

1. Considerando a influência do Imperialismo no contexto da Primeira Guerra (1914 - 1918), podemos apontar que são fatores que o justificam, EXCETO:

a) a necessidade de controlar regiões produtoras de matérias-primas essenciais à indústria
capitalista.
b) a ideologia da superioridade racial dos povos europeus que levariam aos “povos atrasados” os benefícios da civilização superior.
c) a conquista de pontos estratégicos para defesa de colônias existentes ou da própria metrópole.
d) a necessidade de exportar capitais para áreas pobres do mundo, no sentido de ajudá-las a superar seu atraso econômico.
e) a retração dos mercados europeus, após a crise que impulsionou a Europa e EUA a buscar mercados consumidores.

2.  Assinale o fato que serviu de estopim para deflagrar a Primeira Guerra Mundial.

a) A assinatura do Tratado de Versalhes que tinha por base culpar os alemães pela corrida armamentista.
b) O revanchismo francês que não conseguiu superar a perda de territórios da Alsácia e Lorena para a Alemanha.
c) A deposição do czar da Rússia em virtude da Revolução Russa provocou revolta e reação dos demais países europeus.
d) Em 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando foi assassinado por um grupo de terroristas intitulado “Mão Negra”.
e) O forte temor dos Estados Unidos em perder seus investimentos na Europa devido a ascensão da Alemanha.

3. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, surge a Liga das Nações. Qual era a sua função?

a) Garantir a independência e a integridade territorial dos pequenos e grandes Estados (paz e segurança).
b) Garantir a independência e a integridade territorial dos países vencedores da Primeira Guerra Mundial (paz e segurança).
c) Garantir a independência e a integridade territorial dos grandes Estados (paz e segurança).
d) Garantir o cumprimento do Tratado Versalhes pela Alemanha.

5.6.15

Currículo Escolar

Já virou senso comum que é necessário rever o Currículo Escolar para resolver o problema da Educação no país.

O Currículo agora foi eleito como um dos principais "vilões" da Educação básica brasileira.

Não é preciso pagar o piso salarial para os professores,  o que lhes conferiria um mínimo de valorização e dignidade profissional, também não é necessário investir na infraestrutura precária das escolas, tampouco aperfeiçoar os processos de gestão da escola, capacitando os gestores e promovendo a efetiva democratização da escola.

Nada disso é preciso, agora o foco é o Currículo. Mudá-lo pode salvar o Ensino, reduzir os elevados índices de evasão escolar do Ensino Médio, tornar a Educação mais atrativa para os adolescentes e tirar o Brasil dos últimos lugares nos rankings internacionais que medem a qualidade do Ensino e da Aprendizagem.

A fala da atual Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, senhora Macaé Evaristo, reforça a ideia de que o Currículo precisa ser repensado. Vejamos o que ela disse logo após decretar o fim do Programa "Reinventando o Ensino Médio" do governo anterior:

“A Secretaria de Estado de Educação promoverá com a Comunidade Escolar a construção coletiva de uma nova proposta de Ensino Médio, que seja compatível com as necessidades de nossos jovens, as especificidades regionais e o mercado de trabalho...” (Fonte: Site da SEE-MG).

Nesse depoimento é possível identificar um dos grandes desafios postos pelos especialistas: conciliar as disciplinas do Ensino Médio com vista às necessidades de formar mão de obra para o mercado de trabalho.

Para engendrar o Currículo ideal, os políticos e especialistas têm proposto diversas soluções, desde o estabelecimento de diretrizes curriculares nacionais até currículos estaduais e, em alguns casos, a possibilidade da própria escolar definir o que deve ser ensinado.

O filósofo Fernando de Paula Lima afirma que: "Cabe à escola optar por um programa que contemple as necessidades dos estudantes e as características da comunidade em que eles vivem, afinando-o ainda com as diretrizes dos currículos nacionais." (Fonte: Revista Escola On-line).

Defende, portanto, que a escola, de acordo com suas especificidades, escolha o currículo, mas que ele esteja dentro dos ditames de uma matriz nacional. Na realidade e na prática docente, nós, educadores, vivenciamos essa questão como uma "liberdade limitada", pois se pode alterar o currículo desde que você observe o que já está pré-estabelecido pelo MEC e pela Secretaria Estadual.

A respeito das mudanças curriculares que os especialistas e políticos apregoam que sejam necessárias para melhorar a Educação, contrapõe-se o pensamento do educador Dermeval Saviani. Para ele, a descrença no papel tradicional da Escola tem gerado um desprestígio dos educadores e da cultura escolar.

Assim, afirma o professor: "Nesse tipo de “cultura escolar”, o utilitarismo e o imediatismo da cotidianidade prevalecem sobre o trabalho paciente e demorado de apropriação do patrimônio cultural da humanidade. Com isso, a escola foi sendo esvaziada de sua função específica ligada ao domínio dos conhecimentos sistematizados." (Carta na Escola, nº 46, Maio de 2010. p. 66.)

Note que na afirmação "a escola foi sendo esvaziada de sua função específica" temos uma situação bastante problemática, tendo em vista que a escola, nos dias atuais, tem feito de tudo para cuidar dos alunos, exceto ensinar o que lhe compete.

Se parássemos de ficar tentando encontrar fórmulas mágicas e trabalhássemos  o essencial para formar alunos com senso de cidadania, proficiência em línguas, cálculo e ciências, teríamos, sem dúvida, uma geração mais apta a colaborar com um projeto de desenvolvimento nacional. Isso sem esquecer que as escolas precisam de cuidados, precisam ser bonitas, atraentes, equipadas. Quanto aos professores, deveriam receber uma remuneração justa para trabalhar em período integral em apenas uma escola, onde teriam a possibilidade de ter acesso a formação continuada e poderiam se dedicar exclusivamente aos seus alunos e aos projetos escolares. 

Mas as medidas concretas em prol da Educação básica pública estão longe de virar realidade. Enquanto o discurso vazio dos políticos continuar captando votos e as malfadadas políticas públicas do setor continuarem gerando milhões e milhões de reais com a terceirização [e precarização] da Educação, continuaremos assistindo a um show de horrores, como o aumento da violência, da corrupção e da intolerância em todo o país. 

4.6.15

Democracia racial?

O mito da "democracia racial", o qual apregoa que no Brasil não há racismo, e que as diferentes etnias (descendentes de europeus, de afroamericanos, de índios e de outros povos) convivem harmonicamente caiu em descrédito, no meio acadêmico, há bastante tempo.

Contudo, resultados de uma pesquisa realizada pela ONU, os quais foram divulgados no final do ano passado, alertam que no país ainda há defensores da ideia de democracia racial e, o pior, os dados apontam que o racismo no Brasil é institucionalizado.


As informações levantadas pelos pesquisadores vão de encontro a ideia de que no Brasil todo mundo é igual. Você duvida? Então confira:
  • os negros no país são os que mais são assassinados, são os que têm menor escolaridade;
  • os negros recebem os menores salários; 
  • a etnia afrodescendente possui a maior taxa de desemprego; 
  • tem o menor acesso à saúde; 
  • são os que morrem mais cedo;  
  • têm a menor participação no Produto Interno Bruto (PIB); 
  • são os que mais lotam as prisões;
  • os negros são os que menos ocupam postos nos governos.

Enfim, se vivemos num pais que tem igualdade étnico-racial acho que teremos que rever o significado do conceito de racismo. Ou devemos repensar nossa História, pois aqui o racismo sempre ocorreu, quando não de forma explícita, manifesta-se de modo velado. É verdade que não tivemos no Brasil uma segregação tão explícita como ocorreu, por exemplo, com os E.U.A, destacadamente na década de 1960.

Contudo, os norte-americanos superaram o racismo violento que permeava a relação entre negros e brancos naquele país. O movimento negro norte-americano conquistou direitos civis e um tratamento menos desigual do que o que é dispensado aos afrodescendentes do Brasil.

Nos EUA, cidadãos negros ocuparam e ainda ocupam cargos importantes no governo, tais como Colin Powell e Condoleezza Rice, os quais foram Secretários de Estado do governo do presidente Bush, entre os anos de 2001 a 2009. E Barack Obama, primeiro afro-americano a ocupar o cargo de presidente. Eleito em 2009, ele governa os EUA até os dias de hoje.




Não queremos defender aqui que os EUA são o paraíso racial, pois não são. Basta ver como os norte-americanos tratam os imigrantes latinos, orientais e outros grupos étnicos que vivem ou pretendem viver no país. Eles enfrentam as leis anti-imigração, preconceito e outras dificuldades. Porém, nos EUA o racismo foi enfrentado de uma maneira diferente. A luta por direitos civis foi intensa e houve grande mobilização para que esse direito fosse efetivado.

No Brasil, como o racismo sempre foi algo "oculto" o movimento negro brasileiro não teve tanta mobilização e nem a força social e política que os afrodescendentes conseguiram nos EUA. Isso não diminui as conquistas do movimento negro brasileiro, apenas indica que a luta aqui, talvez, seja mais complicada por conta de processos históricos, sociais e culturais específicos do Brasil.

Além das especificidades que tornam a luta contra o racismo mais difícil, as elites brancas e dirigentes do país sempre agiram de maneira ardilosa, tentando  passar para o povo a ideia de que no Brasil o racismo não era um problema, argumentando que aqui não houve segregação racial. Isso justificava a falta de políticas públicas para combater o racismo e manter a falsa aparência de que estava tudo bem no país.  Prova disso é que somente em 1989 tivemos um legislação mais rigorosa contra crimes raciais no Brasil (leia mais sobre a legislação contra o racismo clicando aqui).

A partir de 2003, com o governo Lula, mudanças começaram a ocorrer, em doses homeopáticas é verdade, de maneira tímida e conservadora, mas começaram.
O presidente promulgou uma Lei que incluía nos currículos de todas as escolas de Educação Básica o Ensino da Cultura e História da África e também incentivou ações afirmativas, como a reserva de cotas para negros ingressarem nas universidades públicas, com o objetivo de combater a desigualdade étnico-racial.


Presidente Lula.


Mais de dez anos após o governo brasileiro ter acordado do sonho de estar vivendo num paraíso racial, o Brasil ainda tem muito por fazer para garantir mais igualdade para seu povo e efetivar a democracia.
O ano passado foi emblemático e comprova que o racismo está bem vivo no imaginário do povo, tendo em vista os inúmeros casos de preconceito racial ocorridos no futebol (leia sobre o caso do goleiro Aranha clicando aqui).

Enfim, ainda há muito por fazer para enterramos os resquícios de um passado escravocrata tão marcante na História nacional. Quando esses grilhões forem rompidos teremos edificado os alicerces para construirmos uma sociedade mais tolerante à diversidade étnica e cultural do povo brasileiro.