10.6.15

A formação das monarquias nacionais

Na Idade Média a Europa era fragmentada em diversos feudos e reinos cujas fronteiras eram pouco definidas.

Os reis não tinham muito poder, pois os nobres eram aqueles que, de fato, governavam seus territórios.

Contudo, no limiar da Era Moderna, mudanças políticas, sociais e econômicas começam a transformar as relações de poder na Europa.

A ascensão da burguesia e a necessidade de ampliar o comércio, favoreceu o surgimento de Estados centralizados, administrados por reis. Eles asseguravam estabilidade para o reino, definiam as fronteias de seu território, adotavam um idioma que identificasse o seu povo,  padronizavam a moeda, os pesos e medidas, o que facilitava os negócios.

Outro aspecto importante para garantir a formação dos Estados nacionais europeus foi a manutenção de exército permanentes. O aparato militar que garantia o cumprimento das ordens reais e a ordem no reino, aumentaram o poder dos monarcas, ao passo que reduziam a influência da nobreza e da Igreja em questões jurídicas e militares.

Esses processos de fortalecimento do poder político central nos reinos europeus começaram a crescer no século XIII e, segundo Max Weber, eram assim caracterizados: "A ordem legal, a burocracia, a jurisdição compulsória sobre um território e a monopolização do uso legítimo da força são as características essenciais do Estado Moderno". (WEBER apud. CARVALHO, 2010, p. 27).

Assim, o mapa da Europa foi sendo modificado. Os senhores feudais perderam espaço e tiveram que se submeter ao poder do rei, mas sem abdicar de algumas regalias e privilégios do Estado, como por exemplo, o acesso a elevados cargos públicos.

Em suma, As mudanças que foram implementadas nas novas nações, em maior ou menor grau de intensidade, foram:
  • Centralização do poder nas mãos do rei;
  • Estabelecimento de fronteiras territoriais;
  • Padronização dos pesos e medidas e criação de moedas nacionais;
  • Formação de burocracias a serviço do Estado;
  • Criação de exércitos permanentes;
  • Adoção de um idioma comum;
  • Subordinação da Igreja ao rei.

Vamos analisar, resumidamente, como ocorreu a formação dos principais reinos da Europa Moderna:
  • O surgimento do reino de Portugal

Essa situação começa a mudar no século XII, quando o nobre francês Henrique de Borgonha recebe o Condado Portucalense, um pequeno território na Península Ibérica que lhe foi doado graças a sua participação nas batalhas de Reconquista.

Observe o mapa. Os muçulmanos ocupavam o sul da Península Ibérica e o Norte da África. Em destaque, à oeste, o Condado Portucalense.

A Reconquista foi a luta dos cristãos contra os muçulmanos que ocupavam grande parte da Península Ibérica, do século VIII ao XV.

O Condado Portucalense passou a ser governado pela dinastia de Borgonha. Em 1385, Dom João, mestre de Avis, assumiu o trono de Portugal e fortaleceu a centralização monárquica. Ele, com o apoio da burguesia mercantil, iniciou a Expansão Marítima.

  • Formação do reino da Espanha

A Espanha nasceu a partir da junção dos reinos de Castela e Aragão, que ocorreu com o casamento dos reis Isabel e Fernando em 1469. 

Os reis católicos, Fernando de Aragão e Isabela de Castela.

A formação do Estado espanhol foi consolidada em 1492, após a vitória dos católicos sobre o último reduto muçulmano na Europa - o reino de Granada.

  • O surgimento do Estado francês
A França passou pelo processo de centralização política após a Guerra dos Cem anos (1337-1453), travada contra os ingleses.

Para conduzir a guerra era necessário um líder forte (o rei), que conduzisse o exército nacional à vitória. Assim, os monarcas se tornaram necessários para manter a unidade nacional para lutar contra um inimigo comum - os ingleses.

Desse modo, a guerra ajudou a fortalecer a posição do rei na França e abriu caminho para o Absolutismo monárquico, cujo expoente foi o governo de Luís XIV entre 1643  a 1715.


  • The origin of the English state
Entre 1485 e 1509, o rei Henrique VII assumiu o poder e enfraqueceu o Parlamento, órgão que desde o século XII limitava o poder do monarca.

O seu sucessor, Henrique VIII, fortaleceu ainda mais o poder real, principalmente após romper com a Igreja Católica em 1534 e fundou a Igreja Anglicana, da qual se tornou o chefe supremo.

O rei Henrique VIII, da Inglaterra.

Ele abriu caminho para o governo de sua filha Elizabeth I, a qual reinou entre 1558 a 1603, que a exemplo de seu pai, governava tentando manter autonomia em relação ao Parlamento inglês.

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