29.3.15

Idade Média em perspectiva

A Idade Média foi um período da História da Europa que começou no século V e terminou no Século XV.

No ano 476, O Império romano do Ocidente foi destruído pelos povos germânicos, os quais estabeleceram diversos reinos na Europa (ver mapa abaixo).


O antigo Império romano estava agora fragmentado em vários reinos germânicos. De acordo com o historiador Hilário Franco Júnior (2001), o cristianismo "foi o elemento que possibilitou a articulação entre romanos e germanos, o elemento que ao fazer a síntese daquelas duas sociedades forjou a unidade espiritual, essencial para a civilização medieval". (A idade média - nascimento do ocidente. p. 16).

Importante destacar que a Igreja Católica, durante a Idade Média, foi a instituição que assumiu a responsabilidade de difundir o cristianismo na Europa e, posteriormente, no mundo. Por isso, a Igreja adotou uma postura bastante radical e punitiva em relação a quaisquer manifestações religiosas ou crenças que contrariassem os dogmas do catolicismo. 

Os membros da igreja formavam o Clero, eram padres, bispos, cardeais e o papa, como autoridade máxima. A Igreja adquiriu vasto patrimônio, recebendo doações de terras e recolhendo o dízimo. Sua importância ia além do amparo espiritual, pois o clero tinha muita influência política e social.

Catedral de Notre-Dame em Paris. As catedrais foram construídas em toda a Europa simbolizando a fé e o poder da Igreja Católica.

A economia europeia, a partir do século V, passou por um processo de ruralização, devido ao declínio das atividades comerciais e ao desaparecimento das moedas. Assim, na Idade Média, a terra tornou-se o bem mais valioso. 

Os donos das terras eram os nobres, que detinham enorme poder sobre seu território. Eles tinham uma massa de camponeses que os serviam, trabalhando em seus campos, e lhes pagavam inúmeros impostos, como a corveia, a talha, a banalidade dentre outros. 

Camponeses trabalhando com o arado. Ao fundo o castelo do senhor feudal.

A economia medieval é chamada de feudalismo, pois se baseava no feudo (a terra e todos os bens que estavam nela: o castelo, o arado, o gado, as ferramentas etc).

Os feudos eram autossuficientes, ou seja, produziam tudo aquilo de que necessitavam. Quando faltava algo que não havia no feudo, era possível fazer o escambo, que é a troca de mercadorias por outras. 

Observe na ilustração como eram estruturados os feudos:

Os camponeses levavam uma vida dura, trabalhavam para sobreviver num regime de servidão. Recebiam comida e proteção do nobre.

Nobres influentes poderiam ceder parte de seu feudo para outros nobres, em troca de sua lealdade e de serviços militares quando fosse necessário. Essa relação é chamada de suserania e vassalagem. Note na ilustração medieval abaixo como era a cerimônia entre o suserano e o seu vassalo.

O vassalo, de joelhos, presta juramento de lealdade a seu suserano.

A sociedade medieval era estratificada e com pouca mobilidade social. A nobreza era hereditária, sendo assim um camponês nunca poderia se tornar um nobre. Os extratos sociais eram bastante distintos entre si. Havia aqueles que oravam, o Clero; os que lutavam, a nobreza; e os que trabalhavam, os camponeses (ou servos).

Observe na figura medieval abaixo uma representação da sociedade feudal, com os três grupos sociais devidamente caracterizados de acordo com suas atribuições.

Clero, Nobre e Servo. Representação da Sociedade medieval.


No século VIII, a Europa foi sacudida por novas invasões. Os vikings atacaram territórios no norte e os muçulmanos expandiram seus domínios do Norte da África até o sul da Península Ibérica, onde ficam atualmente Portugal e Espanha.

A cultura medieval foi muito beneficiada pela cultura muçulmana, a qual permaneceu na Europa até o final do século XV. Apesar de cristãos e muçulmanos manterem uma relação conflituosa, como ocorreu com as Cruzadas, iniciadas a partir do século XI, houve muita troca cultural entre árabes e europeus.

Na Península Ibérica, os muçulmanos construíram belíssimos templos (as mesquitas) que podem ser apreciadas até os dias de hoje. 

Mesquita de Córdoba, na Espanha, construída no século X.
Foram eles, provavelmente, que implantaram o jogo de xadrez na Europa, no século X, a partir da Espanha. Os muçulmanos possuíam muitos conhecimentos nas áreas de geografia, filosofia e medicina que até então eram desconhecidos pelos europeus.

Um cavalheiro cristão e um guerreiro muçulmano disputam uma partida de xadrez. Ilustração do século XIII

Em suma, o legado muçulmano na Europa, principalmente na Península Ibérica, é marcante, seja na língua, nos costumes, na alimentação ou no conhecimento científico adquirido pelos europeus.

A partir do século X, a Europa Medieval passou por grandes transformações. A agricultura tornou-se mais produtiva devido à implementação de novas técnicas agrícolas, a população aumentou, as feiras começaram a surgir e, ao redor delas, surgiram as cidades onde floresceu um novo grupo social - a burguesia. Inicia-se então o renascimento urbano e comercial.

No século XIV, o sistema feudal entrou em crise. A Peste Negra devastou grande parte da população europeia, havia conflitos no campo e nos burgos (cidade). O poder da Igreja e da Nobreza começava a ser questionado por novos atores sociais, que irão inaugurar a Idade Moderna, tema para ser trabalhado nas próximas aulas.

Avaliação 

1. ENEM, 2022.


[1º ano] Roma Antiga

"Todos os caminhos levam a Roma". Esse ditado popular na Itália provém da Antiguidade, e se justifica pois Roma construiu um vasto império, conquistando toda a a região da orla do Mar Mediterrâneo. Assim, todos os caminhos iam em direção à capital do império, para onde seguia gente, riquezas, tributos e escravos.



Graças ao seu poderio militar, Roma dominou um imenso território (ver mapa acima). Pela força das armas e da política, os romanos mantinham os territórios dominados como províncias, que deviam impostos e tributos para a capital.


Um exército disciplinado e bem equipado foi fundamental para o sucesso de Roma.

Com os impostos o governo mantinha um exército poderoso, construía pontes, estradas, coliseus e aquedutos. Muitas destas construções milenares estão erguidas até os dias atuais e são atrações turísticas para os interessados na Antiguidade Clássica.


Um aqueduto construído pelos romanos na França.
Antes de se tornar um Império, Roma viveu sob o governo republicano entre 509 a. C. a 27 a. C.

A palavra República vem do latim res publica e significa "coisa pública". Essa forma de governo de governo deveria zelar pelo bem comum e pelos interesses coletivos. 
Marco Túlio Cícero (106 a. C. a 43 a. C.), filósofo e político romano assim definiu o governo republicano:

“homens associados pelo direito a partir de interesses que lhes são comuns. A associação pelo direito pressupõe a existência de leis e, para promover os interesses comuns, essas leis devem ser a expressão da vontade popular.”

Contudo, a realidade era diferente da teoria. A República romana era controlada pelos patrícios (donos de terras e de escravos), os quais se achavam descendentes dos fundadores de Roma. Eles ocupavam os cargos mais importantes, como os de cônsul ou de senadores. 


Representação de uma sessão do Senado romano.

O senado cuidava do orçamento, decidia se Roma entraria em guerra e elegia os dois Cônsules que lideravam o governo republicano. Em casos extremos ou de crise, um cônsul poderia assumir o poder e implantar uma ditadura até que o problema fosse solucionado.

No outro espectro social havia a massa popular, a plebe. Os plebeus eram um grupo social heterogêneo formado por camponeses, pastores, artesãos, comerciantes etc, os quais constituíam a maioria da população romana.
Eles reivindicavam mais direitos, como o fim da escravidão por dívidas e maior participação no governo.

Com lutas, greves e protestos os plebeus conquistaram, a partir de 494 a. C. o direito de eleger seus representantes para o Tribuno da Plebe (órgão que poderia sugerir leis e vetar medidas do senado) e a publicação da Lei das Doze Tábuas, por volta de 450 a. C.,   elemento fundamental do Direito Romano. A escravidão por dívidas foi abolida e foi permitido o casamento entre patrícios e plebeus.

Apesar das conquistas dos plebeus, as mulheres romanas não podiam participar da política, votar ou assumir cargos no governo, tal como era na Grécia Antiga. Mas, segundo o historiador Pedro Paulo Funari (2002), "o conceito de cidadania romana era muito mais flexível do que o ateniense, que vimos anteriormente. Tornavam-se romanos, por exemplo, os ex-escravos alforriados, chamados libertos, ainda que os plenos direitos políticos só fossem adquiridos pelos filhos libertos, já nascidos livres. Os romanos concediam, também, a cidadania a indivíduos aliados e, até mesmo, a comunidades inteiras" (p. 85).

Fica claro que a cidadania em Roma era mais abrangente do que fora na Grécia Antiga, especialmente em Atenas, berço da democracia. 
Ao estender à cidadania para outros povos, os romanos se tornavam mais numerosos e mais dinâmicos do ponto de vista político e social. 

DE OLHO NO ENEM - 2017. QUESTÃO SOBRE ANTIGUIDADE CLÁSSICA

28.3.15

Vem aí... CIEP NEWS

Uma iniciativa dos alunos do 2º ano do Ensino Médio e dos professores das disciplinas de Filosofia, Sociologia e Cultura e Uso das Mídias.














Aguardem!

[1º ano] Grécia Antiga: a origem da democracia

A civilização grega se desenvolveu originalmente na Península Balcânica, há cerca de 4 mil anos atrás. 

Segundo o historiador Pedro Paulo Funari, esta "...região é delimitada, por uma lado, pelo Mar Mediterrâneo e, por outro, pela alternância de montanhas rochosas e despenhadeiros e alguns vales férteis para a agricultura." (Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 13).
Península balcânica (sul da Europa).
Foi na Grécia Antiga, especificamente, na pólis (cidade-estado) de Atenas, que surgiu a democracia (poder do povo), no século V a. C.

Para se chegar a essa forma de governo, na qual o povo tinha maior participação no poder, foi preciso muita luta, pois antes a política ateniense era totalmente dominada pelos aristocratas (donos das terras).

A democracia de Atenas era direta, e todo cidadão podia participar da assembleia (Eclésia). Contudo, a cidadania era para poucos, somente homens com mais de 18 anos de idade, filhos de mãe e pai atenienses tinham o direito de falar na assembleia e votar os assuntos políticos da cidade. Para facilitar a compreensão de como funcionava a democracia antiga, leia a História em Quadrinhos abaixo.


Assim sendo, as mulheres, os escravos e os estrangeiros não eram considerados cidadãos, por isso tinham direitos limitados.

O mundo Ocidental, do qual fazemos parte, herdou muito de sua cultura política da Grécia Antiga.

Hoje, no Brasil, por exemplo, somos uma República democrática representativa. Nós votamos e elegemos nossos representantes no poder.



Os políticos eleitos pelo povo devem trabalhar em prol de melhorias para a população e assegurar que a cidadania seja para todos, afrodescendentes, índios, mulheres, homossexuais e até crianças. Uma democracia plena deve garantir a todos os indivíduos, de uma cidade ou de um país, a oportunidade de participar do poder.

DE OLHO NO VESTIBULAR


27.3.15

Uma comédia sobre a Idade Média

Os alunos do 7º ano (turmas 8 e 9) deram muitas risadas e se divertiram bastante enquanto assistiram ao clássico do cinema europeu, o filme O incrível exército de Brancaleone (1966).


Depois de assistirem ao filme os alunos fizeram produção de texto, analisando os aspectos históricos mostrados, como a nobreza feudal, a disputa por terras (o feudo), o esporte praticado pela nobreza (o duelo de cavalheiros), a importância do clero e a devastação provocada pela peste negra.

Além disso, os estudantes também fizeram desenhos retratando as cenas preferidas do filme. Vejam abaixo algumas lindas ilustrações!

Fabianiffer retratou Brancaleone e toda a sua turma.


Patrick ilustrou a cena hilária da batalha de Brancaleone contra um cavalheiro bizantino. Eles lutaram tanto que roçaram todo o pasto ao redor! (rsrs)


25.3.15

Você sabe o que é netiqueta?

Em qualquer lugar da sociedade, clube, escola, igreja ou praça temos que seguir determinadas convenções sociais de como nos portar bem.

Essas convenções são regras de etiqueta. Por exemplo: Quando estamos na Igreja, em um culto ou uma celebração, desligamos os aparelhos celulares. Se o deixamos ligado e ele toca durante o momento de silêncio, prece e oração não estamos sendo educados e nem observando uma regra de conduta, que podemos chamar de etiqueta.

Pois bem, hoje em dia os brasileiros passam cada vez mais tempo na internet, na frente do monitor de um computador ou usam a internet móvel pelos celulares e tablets.
As pessoas usam as tecnologias para se comunicar, fazer novos amigos, fazer compras, para trabalhar e para estudar em cursos à distância.



Assim sendo, a internet apesar de ser um ambiente virtual, faz parte do cotidiano dos indivíduos e está cada vez mais presente em nossa sociedade.

Como muitas pessoas se encontram na internet, pelos diferentes motivos que listamos acima, foi necessário a elaboração de normas de conduta para serem observadas pelos internautas. Essas normas fazem parte da netiqueta, uma palavra que se originou da fusão  de duas palavras: o termo inglês net (que significa rede) e o termo "etiqueta" (conjunto de normas de conduta sociais). Ela foi criada pelos próprios internautas, que construíram regras básicas de convívio na internet de forma colaborativa, priorizando a educação e o respeito.



A netiqueta surgiu com o intuito de facilitar a comunicação virtual entre as pessoas, para evitar mal entendidos e ofensas.





Vamos conhecer algumas regras básicas da netiqueta e fique antenado para não cometer nenhum ato deselegante na internet!
  • Evite digitar mensagens eletrônicas em Maiúsculo. Isso significa que você está gritando!

  • Correntes: São aquelas mensagens nem sempre agradáveis, que você recebe no e-mail ou nas redes sociais e tem que repassar para seus contatos, caso contrário algo terrível pode lhe acontecer. Quebre a corrente, fique tranquilo e estará agindo educadamente!

  • Emoticons: São as carinhas que demonstram emoção, muito utilizadas em fóruns e chats. Procure não exagerar, e não envie de fileiras de emoticons que podem aborrecer o seu interlocutor.

  • Ofensas: Só porque estamos na internet não significa que podemos xingar e digitar ofensas e palavrões. Evite polêmicas e "guerras" on-line contra outros usuários da rede. Ignore-os.


Navegue e desfrute dos benefícios da Internet com segurança e respeito. Observe as normas da Netiqueta!


 

21.3.15

Jogo do Antigo Regime

Absolutismo, Mercantilismo, Sociedade Estamental... Esses e outros conceitos característicos da Idade Moderna europeia podem ser um pouco complicados para os estudantes do 8º ano. Afinal, os adolescentes não têm tanta paciência para ouvir e ler sobre esses temas complexos e importantes que precisam ser estudados.

Nossa avaliação bimestral no 8º ano foi a confecção de um Jogo de Tabuleiro sobre o Antigo Regime. 

Os grupos de alunos confeccionaram o jogo abordando o tema estudado: O Antigo Regime (Séculos XVI -XVIII), contendo perguntas, obstáculos, bônus e classes de personagens da época (Confira o material utilizado clicando aqui).

A experiência foi legal demais. Essa turminha sabe fazer um jogo de tabuleiro. Confira as fotos:








Parabéns, alunos das salas 10 e 11!

17.3.15

Sítio arqueológico em Cabo Frio (RJ)

Muita gente conhece a Praia do Forte, a mais famosa da cidade de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro.

Mas poucos turistas parecem conhecer uma riqueza que está ali pertinho da praia, um sítio arqueológico sob os cuidados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


O referido sítio arqueológico possui Sambaquis, elevações de areias e conchas (na língua tupi sambaqui, significa monte de conchas), que estão parcialmente cercados. Quem caminha pelo calçadão avista a placa (foto acima) e a cerca que protege o lugar.
No entanto, quem observa o local da praia vê que as cercas foram destruídas e o patrimônio histórico que deveria ser protegido e estudado pelos arqueólogos é usado como escorregador pelas crianças.

Apesar disso, fiquei muito feliz e impressionado por ver um sambaqui de tão perto, uma imponente elevação com aproximadamente 20 metros de altura e cerca de 50 metros de diâmetro. Incrível!

Sambaqui em Cabo Frio. Praia do Forte, 2015. Acervo do autor.

Os sambaquis são registros da vida humana na Pré-história do litoral brasileiro. Provavelmente, eles foram construídos pelos povos que habitavam a região há cerca de 6 mil anos. Esses povos eram coletores e pescadores.

Nesses montes de conchas e areia é possível encontrar restos de comida, instrumentos de pedra, como anzóis feitos de ossos, pequenas esculturas e até fósseis humanos.

Tomara que as autoridades de Cabo Frio acordem e incentivem o trabalho dos arqueólogos na região. Além da praia e do forte, por que não ter um museu de pré-história na cidade?

Teríamos mais um atrativo para os turistas e interessados em conhecer um pouco mais sobre a História dessa linda região! 


10.3.15

[Resumo] Breve história da Amazônia

  • A Amazônia, cuja área total é de 6,5 milhões de quilômetros quadrados,  é uma parte do globo terrestre coberta pela floresta tropical. 5 milhões de quilômetros quadrados estão dentro do território brasileiro, na região Norte, além dos estados do Mato Grosso e do Maranhão.
Mapa da Amazônia Legal. Fonte: Uol Educação.
  • Outros países que possuem trechos da Floresta Amazônica são: Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.   
  • A floresta amazônica é densa e fechada, o que dificulta sua penetração e ocupação. Ela possui grande biodiversidade (variedade de espécies de animais e plantas).
  • Entre os anos 500 a 1300, povos ceramistas viviam na Ilha de Marajó (PA), onde formaram a cultura marajoara.
Achados arqueológicos: urnas funerárias dos povos marajoara.
  • A região já era conhecida pelos europeus antes de 1500, devido a uma expedição liderada pelo espanhol Vicente Pinzón.
  • 1539-1541: Os europeus navegaram por todo o rio Amazonas. Gonçalo Pizarro e Francisco Orellana chefiaram uma expedição que saiu de Quito (Equador) e atingiu o Atlântico, após navegar pelo Amazonas.
  • No final do século XVI e início do século XVII, holandeses e ingleses fundaram feitorias na região. Eles tinham interesses de explorar as drogas do sertão, como o cacau, gengibre, baunilha, cravo e noz-moscada.
  • A conquista da Amazônia pelos portugueses ocorreu entre os séculos XVI e XVII.
  • 1616: Fundação do Forte do Presépio, que se tornou um marco para o surgimento de Belém (Pará).
  • Além de enfrentar outros povos europeus, os portugueses encontraram muita resistência por parte dos indígenas como, por exemplo, dos Tupinambá, os quais eram aliados dos franceses.
  • Para solidificar sua posição no Amazonas, os portugueses contaram com a ajuda dos missionários Jesuítas e de outras ordens religiosas, que se instalaram na região para converter os índios ao catolicismo. Muitos índios morreram vítimas da guerra e das doenças trazidas pelos europeus, como a varíola, a gripe e o sarampo.
  • Os colonos entravam em atrito com os jesuítas, pois queriam escravizar os índios, já que não dispunham com tanta facilidade da mão de obra africana.
  • Em 1759, os missionários foram expulsos da colônia durante a administração do Marquês de Pombal (1750 -1777).
  • Pombal tentou transformar o índio em cidadão, integrante da Coroa portuguesa. Assim, ele pretendia garantir o povoamento e a exploração das riquezas da região e civilizar os índios. Mas o projeto de Pombal falhou, os colonos continuaram a negar as leis que garantiam a liberdade do nativo e exploraram extensivamente o trabalho indígena.
  • No início do século XIX, a Amazônia ainda tinha baixa densidade demográfica. Sua economia baseava-se na exploração das drogas do sertão, extrativismo da borracha e cultivo de gêneros agrícolas, como guaraná, café, arroz, algodão e mandioca.
  • Segundo a historiadora Magda Ricci (2003), entre 1804 a 1807, as capitanias do Pará e do Maranhão somavam 19% de todos os bens exportados pela Colônia  para a Europa.
  • A partir de 1835, com a descoberta de nova técnica que deu maior consistência para a borracha, proveniente do látex, passou-se a produzir inúmeros produtos com essa matéria prima: sapatos, rodas, correias, mangueiras etc.
Os seringueiros utilizam a técnica indígena para extrair o látex das árvores (Acre, 2014).
  • A partir de 1850, a borracha se tornou a principal atividade econômica da Amazônia.

  • Em 1870, Belém passou por um grande crescimento econômico e populacional. A popularização das bicicletas e a fabricação de carros aumentaram a demanda pela borracha no mercado exterior. 
  • Muitos migrantes nordestinos foram para a Amazônia tentar ganhar a vida como seringueiros. Havia agentes que mediavam a exportação do látex para a Europa e para os EUA. Eles também incentivavam a vinda dos migrantes para a Amazônia e exploravam o trabalho indígena, como ocorreu com os Munduruku e os Apiacá.
  • No início do século XX, a população de Belém era de cerca de 200 mil habitantes.
  • Após 1885, Manaus também se transformou em centro de exportação da borracha. Daí pra frente passou a dividir com Belém a participação na produção e exportação do produto.
  • Belle époque amazônica: a exploração e a exportação da borracha geraram riqueza para as elites locais. O capitalismo caminha junto com o ideal de modernidade, e os centros urbanos começaram a investir em infraestutura, urbanização, ampliação dos portos, teatros, tendo como referência as principais metrópoles europeias e do Sudeste do Brasil.
Theatro da Paz, em Belém. Construído no final do século XIX, com traços arquitetônicos neoclássicos.

No próximo post sobre a Amazônia, iremos ver como ficou a situação econômica e social daquela região a partir de 1910.

9.3.15

Os concursos da SEE-MG foram justos?

Ontem a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) realizou um grande concurso para vários cargos do Magistério.

O anterior foi realizado em 2012 e a SEE-MG custou para convocar os aprovados dentro das vagas disponíveis. Muitos concursados ainda aguardam a convocação.

Tanto no concurso de 2012 quanto no concurso de 2015 havia critérios em comum: provas escritas, provas de títulos e pontos extras para quem apresentasse contagem de tempo de serviço no Estado.

Essa fórmula adotada nos dois últimos certames parece muito boa para os antigos efetivados pela fatídica Lei Complementar 100/07, cujos dispositivos de efetivação foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

Questiono apenas se a fórmula adotada pelo Concurso da SEE-MG é a mais justa e se ela respeita o princípio da isonomia.
Os candidatos concorreram de igual para igual? Ou aqueles que tem mais tempo de serviço foram favorecidos pelo regulamento do Concurso?

E aquele candidato que é recém graduado, nunca trabalhou no Estado, portanto não tem tempo de serviço e não receberá nenhum ponto nesse critério. Digamos que ele faça mais pontos na prova escrita, mas acabe sendo superado por alguém que tirou nota menor, mas que já acumula tempo de serviço, após anos de trabalho designado e/ou efetivado.
Como se sentirá esse jovem que sonha em entrar para o Magistério?

Me recordo de ter prestado o Concurso para a SEE-MG em 2005 e achei que a fórmula foi justíssima, baseada apenas na prova escrita. Assim, foi aprovado quem tinha mais domínio sobre os conteúdos exigidos pelo Edital. Não houve prova de títulos, tampouco pontos para quem tinha tempo de serviço.

Desse modo, acredito que o Concurso de 2005 respeitou o princípio da isonomia, tratando a todos igualmente, sem gerar, indiretamente, favorecimento para um ou outro grupo de candidatos.

Em minha opinião, de 2005 para cá a SEE-MG esqueceu como se deve fazer um concurso. Aliás, os governos, o anterior e o atual, organizaram mal os certames. Parecem que não fizeram a lição de casa e se esqueceram de estudar o Capítulo VII da Constituição Federal, que trata sobre a Administração Pública.

Parece que os governos, o anterior e o atual, querem de todo modo corrigir o grande equívoco jurídico e político cometido em 2007, com a malfadada Lei 100/07. Essa Lei que só trouxe ansiedade, tristeza e pânico para milhares de trabalhadores da educação. A situação dos governos piorou quando veio o STF e anulou a efetivação, exigindo a dispensa dos ex-efetivados. Para não ficar mal com os milhares de trabalhadores, os governos lançaram os concursos e acrescentaram o critério do tempo de serviço, criando, de certa forma, um benefício para os que possuem tempo de serviço e um prejuízo para quem nunca trabalhou e sonha em ingressar na Carreira do Magistério.

Os novatos, recém graduados, se quiserem ser classificados e nomeados, precisarão passar pela prova escrita e torcer para que os mais antigos não lhes deixem para trás com os títulos acadêmicos e os pontos acumulados devido ao tempo de serviço prestado ao Estado.

Todos os cidadãos habilitados deveriam concorrer em um Concurso Público em condições de igualdade. Quando os governos tentam corrigir um erro com outro pode ser até uma medida legal, mas não parece ética ou moral. 

Será que os últimos concursos da SEE-MG foram justos?

Jovens Historiadores

Um dos temas do 1º bimestre é a Introdução aos estudos da História.

Assim, falamos sobre a História enquanto Ciência Humana, sobre o Historiador e as fontes históricas, e a ideia equivocada de que a História é neutra e imparcial. Também conversamos sobre o fato de que cada um de nós pode fazer história todos os dias, o que nos torna agentes de nosso próprio destino e também da sociedade que nos cerca.

Para não ficar só na teoria, partimos para o campo. 
Destino: Centro Cultural do Carmo.
Nesse lugar há preciosidades da História e da Memória carmenses que ainda não foram devidamente mensuradas.

Antes de ir, fizemos uma oficina com os alunos sobre como se portar num ambiente Cultural e os cuidados que devemos ter com as fontes que iríamos manusear - exemplares do Correio do Carmo, do ano de 1935!


Os alunos realizaram os preparativos, levaram luvas cirúrgicas para evitar o contato direto entre as mãos e a fonte primária e para prevenir alguma irritação na pele, devido aos fungos e bactérias que impregnam as folhas do antigo informativo.

Os estudantes gostaram muito da experiência e do contato com uma fonte primária escrita. Muitos ficaram surpresos com as diferenças ortográficas, pois o português de antigamente era bem diferente do nosso. Outros se surpreenderam com os anúncios e com os artigos críticos e irônicos a respeito da política local e estadual.

Agora você fica com algumas fotos dos Jovens Historiadores do CIEP 280 e aguarde para ver o que eles irão produzir após este contato com as fontes históricas!







6.3.15

Ditaduras no Brasil republicano

Ao iniciar o trabalho com as turmas do 1º ano do Ensino Médio do CIEP, fizemos uma avaliação diagnóstica para ver o que os alunos recordavam de um dos conteúdos trabalhados no ano passado, isto é, no 9º ano do Ensino Fundamental.

 Um dos temas que eles mais se interessaram foram os governos ditatoriais, então pedimos aos estudantes que escrevessem um texto sobre as experiências ditatoriais no Brasil, como o  Estado Novo e a Ditadura Militar.

Os textos ficaram bons e escolhemos um para enriquecer mais o nosso Blog. Com vocês as ideias e as palavras da aluna Barbara!

A Ditadura no Brasil

Ditaduras são regimes governamentais em que o povo tem pouca liberdade de expressão e todo o poder está concentrado em uma pessoa.

No Brasil, tivemos há algumas décadas, dois momentos com ditaduras. O primeiro foi o Estado Novo (1937-1945), nessa época o Brasil era governado por Getúlio Vargas. Ele criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) que se encarregava de monitorar jornais, livros, músicas, manifestações artísticas, programas de rádio e a educação a fim de silenciar quaisquer um que tentasse transmitir ideias contra Vargas e o seu Governo. Vargas também fechou o Congresso e perseguiu partidos políticos.


Vargas se apoiava nos trabalhadores para se manter no poder (populismo).


Você pode estar se perguntando como o povo permitiu Vargas agir com tamanho autoritarismo sem ninguém impedi-lo. Acontece que Vargas se apresentava ao público como um "defensor" do trabalhador, foi ele inclusive que criou as leis trabalhistas para agradar à classe trabalhadora. Aliás, algumas dessas leis estão em vigor até os dias de hoje, como o salário mínimo e o décimo terceiro salário.

O segundo momento autoritário da República foi entre 1964 e 1985. A Ditadura militar começou com golpe dos militares contra João Goulart, que estava sendo acusado de defender o comunismo. Assim, ele acabou exilado e os militares assumiram o governo.

A partir de então, quem escolhia o presidente do país era apenas o Alto Comando das Forças Armadas. O povo perdeu o direito de votar, os trabalhadores estavam proibidos de fazer greves, os estudantes e jornalistas que se opunham ao governo foram perseguidos e alguns exterminados.


Militares reprimindo um manifestante.

O governo passou a controlar intensamente a divulgação de ideias contrárias ao regime para que o povo não tomasse conhecimento delas, estava estabelecida a censura.
Muitos cidadãos foram perseguidos e exilados, pois não eram mais bem vindos no Brasil. Isso ocorreu com diversos políticos, professores, jornalistas e artistas daquela época.

Depois de um longo período de protestos e do movimento denominado "Diretas Já" o regime militar começou a enfraquecer. Foi nesse período que surgiram o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Democrático Social (PDS), o Partido Democrático  Trabalhista (PDT), o MDB foi transformado no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Em 1985, o último presidente militar foi  João Baptista de Oliveira Figueiredo, seu governo foi marcado por uma crise econômica, manifestações políticas e sociais e pela redemocratização Brasil, isto é, o momento em que a Ditadura Militar chegou ao seu fim.

Por Barbara Mesquita Gonçalves












Aluna do 1º ano do Ensino Médio - CIEP 280


Parabéns Barbara, o seu texto ficou excelente! Através dele fica fácil perceber que você conseguiu apreender a essência do conteúdo ensinado!

3.3.15

Produção de texto sobre o Cangaço

Costumo afirmar que escrever é uma arte. E eu me apaixonei por essa forma de arte, embora reconheça minhas limitações e me identifique apenas como um escriba esforçado.



Na disciplina de História, sempre falamos para o aluno que a chave do aprendizado do conteúdo é ler e escrever. Não basta ouvir a aula do professor, é preciso escrever sobre o tema para assimilá-lo com mais efetividade.

Pedimos aos alunos para exercitarem a escrita após o estudo do Cangaço no Brasil e já estamos pensando na Redação do ENEM, cujo valor corresponde a 50% da nota da prova.

Os alunos escreveram textos muito bons. Reproduziremos abaixo um deles, escrito por uma estudante do 3º ano do Ensino Médio, sala 10.

O cangaço

O cangaço foi um movimento ocorrido no sertão nordestino entre o final do século XIX até o início da década de 1940. Esse fenômeno pode ser explicado pelo conceito de banditismo social, já que muitos cangaceiros recorriam à vida do crime devido aos inúmeros problemas sociais enfrentados pela região Nordeste.

Aliás, alguns dos antigos problemas da região são enfrentados até os dias atuais, só que em menores proporções, como a falta de água, infraestrutura, saneamento básico, segurança, educação, enfim a ausência do Estado em locais onde ele é necessário.

O Cangaço teve como principal nome Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, que comandou o bando de cangaceiros mais temido do Sertão entre as décadas de 1920 a 1930.

Maria Bonita e Lampião ladeados por dois cangaceiros do bando.

Além do grupo de Lampião, havia outros bandos que se formaram no Nordeste. Eles tinham objetivos diversos: alguns entravam nessa vida buscando vingança, outros prestavam serviços para os coronéis, ou seguiam para o cangaço para obter dinheiro, por meio de roubos, sequestros e assassinatos, como forma de sobreviver em uma região abandonada pelas autoridades.

Os bandos não tinham moradia fixa, vivam vagando pelo sertão e, geralmente, não passavam mais do que uma noite no mesmo lugar, caso contrário poderiam facilitar a descoberta de seus esconderijos pelas forças policiais.


Lampião e seu bando incomodavam bastante as autoridades locais, por isso foram perseguidos pela polícia, que tentava, sem sucesso, capturá-los. O governo da Bahia chegou até oferecer uma recompensa em dinheiro para quem entregasse Lampião às autoridades, vivo ou morto.

Em 1938, no Sergipe, Lampião, sua esposa - Maria Bonita - e outros de seus companheiros foram mortos pela polícia, após sofrerem uma emboscada. Depois de mortos, ele e outros membros de seu bando tiveram suas cabeças cortadas de seus corpos e, em seguida, elas foram expostas em várias cidades do Nordeste.

Exposição de Cabeças de cangaceiros do Bando de Lampião, mortos em 1938. 

Após a morte de Lampião, outros bandos de cangaceiros continuaram a agir, mas sem obter grande repercussão. No início da década de 1940, o cangaço chegou ao fim. O país era governado por Getúlio Vargas, que determinou a repressão de qualquer grupo que ameaçasse a ordem nacional.

Vargas também colocou em prática o processo de industrialização, acelerou a urbanização do Brasil e muitos migrantes deixaram a região nordeste para tentar conseguir emprego e melhores condições de vida no Sudeste.